quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Cansei de ser perdida...

...porque é péssimo se sentir deslocada o tempo inteiro; porque a vida agora está longe de ser aquela que eu sonhei; porque todos os dias eu penso em fugir daqui e reclamo tanto de tudo que até eu mesma não me aguento mais; porque eu me sinto outra pessoa, alguém que luta para pertencer à um lugar, uma sociedade que, simplesmente, não me pertence e parece estar cada vez mais distante disso. E, finalmente, porque, esse tempo todo, a minha noção de felicidade esteve sempre atrelada ao dia de amanhã. Mas não. Não é isso que eu quero. Eu não quero esperar até amanhã chegar. É tão errado assim querer ser feliz hoje? 

Algumas pessoas sonham em ser atriz, jornalista, astronauta. Eu não. O meu sonho é me sentir feliz e satisfeita comigo mesma e com as pessoas que me rodeiam. Quero sentir meus olhos brilharem ao falar da minha faculdade, da minha profissão. Quero me orgulhar de ser a protagonista da minha própria rotina. Romântica demais? Que seja! Pelo que eu saiba, ninguém nunca foi preso por causa disso. Enfim, a questão é que, fora isso, eu não sei de mais nada. Não tenho a menor ideia sobre o que eu quero. E se eu penso que quero, logo descubro que não tenho certeza. Sempre foi assim. Sempre. Desde garotinha.

Eu sou do tipo que na fila do fast food pensa em toda as opções e acaba comprando o mesmo hamburguer que o do amigo porque não conseguiu se decidir a tempo; do tipo que na sorveteria pega um pouco de cada sabor para, só depois de ter provado todos, sentir no peito um fio de coragem (sim, é desse jeito) de escolher apenas um sabor da próxima vez. Eu sou assim e nem adianta pressionar. Porém, desta vz, eu não posso mais continuar com esta incerteza que me perturba o tempo todo com perguntas do tipo: "será que é isso que você quer? É nessa faculdade que você quer passar os próximos 4 anos da sua vida?". E a resposta é o meu mais sincero "não sei". E é exatamente por isso que eu preciso ter parâmetro, opções, cursar outra faculdade e viver de outra forma. E só depois, só assim, decidir o que eu quero para mim.

Compartilho da ideia de que devemos agarrar as oportunidades que aparecem em nossas vidas. Nem sempre é fácil e nem sempre é a melhor opção. Mas como saber? Como em um jogo de tiro ao alvo, primeiro eu vou precisar enfrentar a fila, comprar as fichas para, só depois, torcer pra acertar o ponto certo, o ponto que vai me fazer levar o prêmio para casa e estampar-me um sorriso no rosto satisfeito antes de cair no sono. Como na sorveteria self-service, eu vou aproveitar a chance e experimentar um pouco de cada sabor...só porque eu sou jovem, de idade e de espírito. Só porque eu quero.

Por Joana Borges

  

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