quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Terra da Garoa- Manual básico de sobrevivência


Você desce do ônibus/carro e olha em volta: está em São Paulo. Não parece aquela São Paulo dos cartões postais com a foto do MASP ou do Monumento às Bandeiras; lembra mais um inferno caótico cheio de camelôs e carros buzinando e mulheres distribuindo jornais e mendigos prevendo o apocalipse e ufa! Calma aí, Sampa.
 O negócio é que é muito difícil se adaptar à vida na megalópole brasileira, até para quem já nasceu tratando os outros de “meu” e puxando os “Rs” na ponta da língua. É uma cidade gigantesca, cuja região metropolitana tem mais de 7 000 km² e 39 municípios, segundo nossa amada Wikipedia. Aí você se se descabela: “como é que EU posso viver aqui?!” Calma! Aqui vão algumas dicas básicas de como sobreviver em SP.


Transporte São Paulo tem dois tipos básicos de transporte: metrô e ônibus (porque táxi é uma fortuna e carros não andam, a não ser que você ande numa ambulância). A tarifa do ônibus é bem salgadinha (R$3). Uma boa dica é o Bilhete Único, que é tipo um cartãozinho de crédito, e pode ser adquirido em lotéricas, bancas de jornal e até papelarias – basta fazer uma carga inicial de R$5. A vantagem do Bilhete é que você só paga um ônibus em um período de duas horas – uma economia para quem tem de pegar dois ou até três conduções. Além disso, ele também funciona para o metrô e dá um descontinho quando você pega um “busão” depois do metrô ou vice-versa. Sai muito mais em conta!
E aqui vão algumas dicas a mais:
* se o seu ônibus demorar muito, ele provavelmente chegará lotadérrimo. Se isso acontecer, espere o próximo. Em quase todas as vezes, ele vem vazio e chega rapidinho!
* o troco máximo é 10 reais, então não tumultue a fila com notas de 50.
* se você estiver no ponto e se formar uma fila de ônibus, sempre veja se o seu está no final. Quando isso acontece, os motoristas geralmente abrem as portas lá no fim da fila, mesmo que as pessoas do ponto não vejam. Fique esperto!
* Os cobradores e motoristas sabem muito sobre a cidade. Se estiver perdido, pergunte a eles. A maioria é bastante prestativa se tratada com respeito.
* Se as portas fecharem antes de você conseguir sair, não se acanhe: grite “VAI DESCER!”, assim mesmo, na terceira pessoa e bem alto.

Helô Pereira

Primeiros Contatos.


Nunca me senti tão feliz em estar perdido.Jogado no meio do novo,da expectativa,da experiência primária.Entrei de cabeça e não demorou muito pra eu perceber que de nada tinha controle.A cidade de São Paulo é um baita de um organismo.Um organismo vinculado a um tempo tão especifico,que basta pouca noção do que ele representa para estar nele inserido.Uma das coisas que me indago bastante é:Pra onde foi todo aquele sono?No interior o dia costumava ter tantas lacunas que tal sono me dominava.Incorporei uma vontade de fazer algo útil antes não conhecida,um desejo que é realizado na produção de coisas não necessariamente grandiosas,mas que preenchem completamente meu cotidiano.A troca vivencial  acaba sendo tão grande que não há como não sentir uma totalidade inundando minha alma.
Confesso que esperava uma mudança de ritmo,só que uma mudança tão brusca capaz de me colocar imerso tão rapidamente, não passaria mesmo por idéias de quem nunca havia vivenciado isso.Uma inegável comprovação de que o homem é feito do meio que está inserido,que apesar de todas raízes, quando em nova atmosfera sempre fica suscetível a mutação.
O que eu gosto mais é de ver que nem de longe estou sozinho nessa.Pensava que divisão seria pouca por aqui.Estava errado.Por enquanto só encontrei gente no mesmo barco do que eu,que junto de mim foram perguntar a quem já viajou nesse barco o tamanho do desafio que seria estar nele embarcado.Perguntar,dividir,conhecer.Que exercício exuberante para curiosos comunicadores do agora e do daqui a pouco.Até logo!
João Hidalgo(perdidos).

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013



Eu sou paulistana... É, isso mesmo, paulistana! Nasci em São Paulo e nunca morei em outro lugar, mas estou perdida.

Sinto-me perdida a cada dia nesta cidade, ou melhor, a cada aventura, cada vez que eu tenho que sair dos bairros que rodeiam a minha casa e explorar esta selva de concreto.

As pessoas na rua nunca me cumprimentam, ninguém ao meu redor me conhece. Sinto-me como uma gota d’água no mar. Ninguém liga para os meus problemas, todos caminham com a cabeça baixa, pensando em suas próprias vidas. Pessoas apressadas, buzinas ensurdecedoras, fumaça, transportes lotados. O tempo passa muito rápido... Não consigo me acostumar com isso, acho que nunca conseguirei...

A vida em São Paulo às vezes causa certa depressão, hoje foi um dia assim...

(Daniela Rial - Perdidos)

Vida na Pauliceia

Saí em busca de satisfação pessoal. Deixei uma vida pra trás e até chorei. Faz pouco tempo mas já me sinto quase parte. Queria poder fazer diferença de alguma forma.Como? Sinceramente, não sei. Numa cidade com mais de onze milhões de habitantes, se destacar não é lá a coisa mais fácil do mundo.
A cada dia que passa, vou conhecendo mais e mais pessoas novas. Escuto nomes que nunca ouvi na vida e reflito sobre coisas que nunca antes passaram na minha cabeça. Oportunidades. Novas possibilidades.
Se hoje pensei quarenta vezes sobre o que eu verdadeiramente quero fazer da minha vida, foi pouco. Se eu tenho certeza de alguma coisa? Não, não tenho.Certeza é uma palavra forte demais pra mim.
Por sorte,a correria de São Paulo distrai a gente, ajuda a não pensar, não TER TEMPO pra pensar. As coisas vão ficando no automático e quando você pára pra ver, o metrô já chegou, a aula acabou, choveu e você nem percebeu. É preciso ser forte pra não cair no ritmo frenético daqui. Mas tô pra te falar que não é fácil não. Quando tu vê, já ta correndo pra tudo; Aperta o botãozinho do elevador trocentas vezes (ele nuca demorou tanto pra chegar), vai preferir subir a escada convencional a usar a rolante e até o metrô deve estar de sacanagem contigo. Por que ta demorando TAANTO ???
São Paulo não pára nunca e nem vai parar.
Se eu tivesse o PIB que a Pauliceia tem, também não pararia.
Mas já que eu não tenho, chega por hoje, ta na hora de parar e respirar.

Boa noite! (Joana Borges-perdidos)

O céu da cidade.

São Paulo não sente a frescura das árvores.
Nunca sentiu a força do mar, o aconchego das montanhas, a inocência da neve, a brisa da serra. Deixou de sentir a umidade das plantas, a serenidade dos rios, a liberdade dos pássaros, a selvageria dos bichos. Cidade tem dessas, a gente perde costume do que é natural. Esquece das nossas raízes, e a das plantas também… E se agarra só na superfície. E olha só pras camadas novas, recém formadas de asfalto. E vive nelas.
Faz parte. Há algo de admirável na massa cinzenta urbana, sabemos que há, somos civilizados. Mas esquecemos desse início. Da limpidez da água, do verde das florestas. Das formações geológicas cravadas majestosamente na terra. Da vida selvagem… Esquecemos da natureza em sua forma mais pura. Da ancestral mais antiga, mais sábia, mais necessária.
Então vamos voltar nossos olhos pra cima de nossas cabeças. Lá está, o grande sobrevivente. Viu? Está ali. Mas não é pra só olhar. Não é só pra saber se é dia de roupa quente ou de roupa fria. É pra ver - e enxergar. Com carinho. Com intensidade.
Já viu as nuvens? O raiar do dia, e o nascer da noite? E o luar? (Sim, perdemos as estrelas, já… Mas ainda há muito o que se ver.) Já viu as cores? Azul, rosa, laranja, preto, mil tons. Já sentiu o brilho do sol? Observou os humores da lua? Tá tudo ali em cima, no céu. É o nosso cobertor. De todo o planeta.
Quando precisar reforçar o dia, quando a alma pedir arrego, olha lá pro céu.
É a última esperança que a natureza tem de colocar um pouco de paz nessa cidade.

Mariana Agati.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

#momento risadinha

-E se São Paulo fosse fruta, qual seria?

-Uma melancia!

-Por quê?

- É grande e quando começa a ficar bom aparece um caroço no caminho. (Perdidos)

#1 - Amo São Paulo com todo o meu ódio (Carlito Maia)


Um lugar onde o trânsito é infernal, quase tudo é cinza. Mariana, Juliana, Maurício? Esquece! Aqui ou você é mano ou é mina. Onde "meu" não é pronome possessivo e rapidez não tem nada de abstrato. Aqui a Correria vai ta sempre contigo e o Guarda-chuva já virou teu melhor amigo.

E com o tempo você aprende que paulista não ri, paulista dá risada.Na rua, no metrô ou na balada...São Paulo, odiada e amada. (Joana Borges- Perdidos)