segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Não basta estar na constituição


Por Joana Borges

Em resposta aos vinte e cinco anos da atual Constituição Federal brasileira, a reflexão quanto ao mais importante acervo de leis, direitos e deveres do país se torna ainda mais fundamental. Levando em consideração que é com base nesse documento que todo o sistema nacional é organizado, nada mais digno seria do que pensar a constituição de forma a resgatar seus códigos e, assim, analisar o resultado obtido diante do poder que é atribuído a ela.

Sendo os objetos de análise os artigos 5º e 6º da Constituição de 1988, elogiáveis são as definições que os acompanham e, ainda, os itens que a partir do parágrafo inicial se subdividem afim de tornar clara a legislação. De fato, os direitos e deveres do cidadão brasileiro foram muito bem desenvolvidos no desenrolar de ambos os artigos e, sobretudo aos olhos de um leigo, eles parecem perfeitos. É colocado na “ponta do lápis” tudo a que um cidadão brasileiro tem direito: liberdade, igualdade, propriedade... Tão bem escritos o foram que quase dá para acreditar, se não fosse pela realidade que não nos deixa mentir.

Afinal, como ser livre em um país em que o medo de ser assaltado, violentado, morto é parte substancial do dia-a-dia do brasileiro? Liberdade não pode ser encarada como livre arbítrio simplesmente. E mesmo que fosse, quantas milhares de vezes o direito de escolha de alguém é violado todos os dias no Brasil? Os casos de violência por razões homofóbicas são um exemplo claro da intolerância às relações homoafetivas no Brasil e, portanto, à liberdade de alguém escolher como parceiro(a) uma pessoa do mesmo sexo. Desse modo, de nada vale estar escrito na constituição que temos o direito à liberdade se, na prática, esse direito não nos é garantido em todo o seu significado, dimensão.

A questão homoafetiva também pode ser analisada de forma a contradizer a noção de igualdade entre os cidadãos brasileiros. Considerando que só em maio deste ano foi permitida a união legal de pessoas do mesmo sexo de forma estendida a todos os estados da federação, como dizer que todos os brasileiros são iguais? Se de fato fossem iguais no quesito direitos e deveres, por que então uns têm direito de se casar e outros não? Em um país que se considera laico e que possui em sua constituição a igualdade como uma referência, o direito ao casamento civil entre pessoas do mesmo sexo há muito deveria ter sido legalizado.

Ainda analisando o fator da igualdade no Brasil, mas já fazendo uso de elementos do artigo sexto da constituição, é importante pensar nas disparidades que cercam os gêneros, feminino e masculino, e que põem em risco a tese da igualdade entre os cidadãos brasileiros. Essas diferenciações são mais perceptíveis quando o objeto em estudo é o próprio salário de homens e mulheres que, mesmo realizando tarefas semelhantes, são sujeitos a receber salários diferentes. Dados como os da PNAD 2012 (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) provam que as mulheres brasileiras recebem em média 27,1% menos do que os homens, contrariando o entendimento de igualdade de gêneros no Brasil e a proibição de diferença de salários por motivo ligado ao sexo exposto no artigo 6º, parágrafo XXX da constituição.

Nesse caso, especificamente, é notória a influência de valores culturais sobre a questão salarial entre gêneros. O papel social que a mulher brasileira representou durante toda sua existência, ou seja, de dona da casa, esposa e mãe, ainda não se desvinculou da mulher do século vinte e um que, mesmo inserida no mercado de trabalho e, muitas vezes, desempenhando função análoga a de homens dentro de uma mesma empresa, ainda é sujeita a um salário inferior.

Nesse sentido, é necessário que o governo crie políticas de fiscalização das empresas e, ainda, desenvolva métodos de punição àquelas que não puderem justificar a distinção de salários entre seus funcionários que não por motivo de gênero, cor, idade ou estado civil. Ademais, o governo é, juntamente com a sociedade, responsável por, mesmo que gradativamente, eliminar as mazelas históricas que afastam homens e mulheres, brancos e negros; e que são responsáveis por muitas das injustiças que cercam os brasileiros.

 A constituição brasileira é clara e, pelo menos superficialmente analisada, bastante completa. O foco do problema que envolve o direitos e deveres sociais não está na forma como os artigos 5º e 6º foram redigidos, mas no descumprimento das leis; de forma que estar na constituição simplesmente não é garantia, sobretudo de direitos, para a maioria dos cidadãos brasileiros. É preciso muito mais que legisladores; é preciso um poder judiciário eficiente e instituições que tenham condição de cumprir o seu dever, seja esse de salvar vidas ou mesmo de formar cidadãos menos preconceituosos e mais honestos.





quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Cansei de ser perdida...

...porque é péssimo se sentir deslocada o tempo inteiro; porque a vida agora está longe de ser aquela que eu sonhei; porque todos os dias eu penso em fugir daqui e reclamo tanto de tudo que até eu mesma não me aguento mais; porque eu me sinto outra pessoa, alguém que luta para pertencer à um lugar, uma sociedade que, simplesmente, não me pertence e parece estar cada vez mais distante disso. E, finalmente, porque, esse tempo todo, a minha noção de felicidade esteve sempre atrelada ao dia de amanhã. Mas não. Não é isso que eu quero. Eu não quero esperar até amanhã chegar. É tão errado assim querer ser feliz hoje? 

Algumas pessoas sonham em ser atriz, jornalista, astronauta. Eu não. O meu sonho é me sentir feliz e satisfeita comigo mesma e com as pessoas que me rodeiam. Quero sentir meus olhos brilharem ao falar da minha faculdade, da minha profissão. Quero me orgulhar de ser a protagonista da minha própria rotina. Romântica demais? Que seja! Pelo que eu saiba, ninguém nunca foi preso por causa disso. Enfim, a questão é que, fora isso, eu não sei de mais nada. Não tenho a menor ideia sobre o que eu quero. E se eu penso que quero, logo descubro que não tenho certeza. Sempre foi assim. Sempre. Desde garotinha.

Eu sou do tipo que na fila do fast food pensa em toda as opções e acaba comprando o mesmo hamburguer que o do amigo porque não conseguiu se decidir a tempo; do tipo que na sorveteria pega um pouco de cada sabor para, só depois de ter provado todos, sentir no peito um fio de coragem (sim, é desse jeito) de escolher apenas um sabor da próxima vez. Eu sou assim e nem adianta pressionar. Porém, desta vz, eu não posso mais continuar com esta incerteza que me perturba o tempo todo com perguntas do tipo: "será que é isso que você quer? É nessa faculdade que você quer passar os próximos 4 anos da sua vida?". E a resposta é o meu mais sincero "não sei". E é exatamente por isso que eu preciso ter parâmetro, opções, cursar outra faculdade e viver de outra forma. E só depois, só assim, decidir o que eu quero para mim.

Compartilho da ideia de que devemos agarrar as oportunidades que aparecem em nossas vidas. Nem sempre é fácil e nem sempre é a melhor opção. Mas como saber? Como em um jogo de tiro ao alvo, primeiro eu vou precisar enfrentar a fila, comprar as fichas para, só depois, torcer pra acertar o ponto certo, o ponto que vai me fazer levar o prêmio para casa e estampar-me um sorriso no rosto satisfeito antes de cair no sono. Como na sorveteria self-service, eu vou aproveitar a chance e experimentar um pouco de cada sabor...só porque eu sou jovem, de idade e de espírito. Só porque eu quero.

Por Joana Borges

  

sábado, 24 de agosto de 2013

Para aquela amiga minha

   Todo mundo tem uma amiga que insiste em dizer: "homem não presta". E com essa generalização infeliz, ela tenta convencer as outras de que ele fez isso ou aquilo, pegou fulaninha ou até mesmo traiu, porque "homem é assim mesmo". Como se fosse da natureza dos homens ser cafajeste. NÃO! Não, amiga. Não é assim que funciona. Assim como você, os homens pensam antes de tomar atitudes; não culpe a testosterona por tudo que o carinha fez ou deixou de fazer. E, falem o que for, nem mesmo o álcool é desculpa para as atitudes dele.
   Quem diria EU escrevendo um texto como esse..mas existem coisas que realmente me tiram do sério quando o assunto na "rodinha" feminina é homem. Algumas mulheres precisam encarar o fato de que "ele" não quer nada sério. É difícil, pode acreditar, eu sei. Toda garota já passou por isso. A gente não quer acreditar no que está na nossa frente. E então, colocamos palavras na boca "dele", imaginamos olhares; criamos justificativas para os seus atos. É o nosso jeito de alimentar a esperança; de fortalecer as boas lembranças; de nos manter apaixonadas. Porque não há nada melhor do que estar apaixonada.

   Só que estar apaixonada sozinha não tem nada de bom. Pare de querer inventar uma reciprocidade que não existe. Aceite que ele não está tão na sua quanto você pensa. Se "ele" age como um idiota, pare de perder tempo e comece a tratá-lo como o idiota que ele é. Ponto final. (desabafo sempausanemprarespirar)
   Para concluir a minha revolta, quero deixar bem claro que não sou uma especialista. Não estou querendo me meter na sua vida amorosa e, muito menos, "cortar o seu barato". Mas, meninas, por favor, vamos parar de achar que todos os homens são iguais. Isso só nos faz ser mais tolerantes às babaquices de alguns caras.
    Por último, vamos parar de dizer que "homem não presta", "homem é tudo igual" e variações. Repetir isso não vai fazer com que precisemos menos dos homens e, muito menos, nos tornar mais fortes ou interessantes. Ao invés disso, coloquemos em nossa cabeça que merecemos caras legais; que nos tratem bem e que despertam o que há de melhor na gente.
   Algumas garotas têm a capacidade de amar o mundo inteiro. Amemos a nós mesmas primeiro.



   
   
Joana Borges (Perdidos)





quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Coisas que só São Paulo faz por mim

É inquestionável o fato de que São Paulo tenha mudado a minha vida. Eu sei que mudou, eu vejo e, sobretudo, eu sinto na pele as mudanças que a Pauliceia faz em mim.
Seis meses vivendo a loucura que é São Paulo, posso dizer, sem hesitar, que sou louca como ela é. Carrego no corpo emoções inexplicáveis, que se colocam umas sobre as outras como se disputassem um lugar em mim. E a minha mente, sem força para lutar, as deixa entrar; como alguém que recebe uma visita na hora do cansado, no momento mais inoportuno do dia. Mas, por educação ou fraqueza, abre a porta e lhe oferece um café, um pedaço de bolo.
Por mais que não sejam bem-vindas, eu alimento essas emoções. Apesar de fazerem sofrer, eu não consigo expulsá-las, e ainda as fortaleço com meus pensamentos. Por que então eu continuo fazendo isso? Promovendo essa luta de emoções dentro de mim? Por que, simplesmente, não parar de alimentá-las e as deixar morrer? Mas eu não consigo.
Não tenho dúvidas de que a vida seria muito mais tranquila e feliz se eu não pensasse tanto no que fazer dela; se eu não me preocupasse tanto em ser feliz. Mas como no medievo, que as pessoas viviam para uma vida após a morte, eu vivo pelo amanhã.
Entristece-me admitir, mas eu sei que é verdade. Afinal, por que eu estou há seis meses morando em São Paulo, apesar de estar sempre desejando a volta pra casa?
Sei que é o melhor para minha profissão. Sei que no futuro colherei os frutos dessa experiência. 
E então, agarro-me em cada oportunidade; e espero o futuro chegar.
Enquanto isso, vou me envolvendo em coisas que distraem a cabeça, aquietam meus pensamentos, acalmam a alma. Vou regularmente à academia, converso, brinco, cuido do corpo; Aos sábados, faço teatro e, por duas horas, finjo ser alguém que está longe de ser eu mesma. Entro na personagem e, finalmente, esqueço de mim. À noite, saio. Vejo um filme, danço, vejo gente. E na balada, me acho linda de batom vermelho.
São Paulo é a minha loucura e a minha ambição. Aqui sou tudo e nada ao mesmo tempo. A ela atribuo minha inspiração, meu desespero. A ela dedico toda a minha alta e baixa autoestima; e nela despejo a culpa pela minha insônia e o meu cansaço.
Para mim, a pauliceia é mais que uma cidade. É um sistema, um organismo vivo. Pulsante, pensante, faminto. São Paulo se alimenta do meu suor, do seu suor. Quando fraquejamos, ela vem no dar um tapa na cara; e quando vencemos, ela se alimenta da recompensa.
É chegada a hora. A mente já cansada chama pelo sono, que não vem. Ao invés dele, invadem-me os pensamentos, as emoções, a saudade, a tristeza, o medo, a solidão. "Desculpe, outro dia você vem me visitar, preciso dormir agora. Espero que tenha gostado do bolo." E, mais uma vez, volto pra cama.




Por Joana Borges (Perdidos)

domingo, 4 de agosto de 2013

Uma vida numa caixa de sapatos

Chego no apartamento completamente vazio; branco; sem vida. Aos poucos desarrumo as malas; com a empolgação de quem espera melhorias; com o desânimo de quem já sente o coração apertar. Toda vez é aquela sensação que luta para preencher o espaço que os amigos, a família, o namorado deixou. Essa que diz que boas novas virão e que não há nada para se preocupar. A mesma que te abraça e te manda ser forte.

É nesse turbilhão de emoções que, rapidamente, vou enchendo o minúsculo armário duas  portas que eu chama de guarda-roupas. Tudo que é meu está lá dentro. Quem me dera se Aline, o Rodrigo, também coubessem lá. Este, em nada se assemelha com o guarda-roupas da casa dos pais; grande, cheio de espelhos.Mas que eu só vejo uma vez por mês. O daqui é mais como uma caixa de sapatos que, com cuidado eu vou criando espaços e juntando corpos em um mesmo cm³; por mais absurdo que isso possa parecer para as leis da física.

Depois de mais de um mês fora de São Paulo, voltar não é "lá" a coisa mais fácil do mundo. Mas não me queixo. Com "Armário Caixa de Sapato" e tudo; se a vida não fosse assim, não seria a minha. E se não é minha, não serve.

Joana Borges (Perdidos)

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Viver em São Paulo é... Movimento! A cidade onde o tédio não existe




Muitas vezes chamada de “a cidade que não para nunca” ou “a cidade que nunca dorme”, São Paulo é uma típica aglomeração urbana da modernidade. Um polo de cultura e serviços, que reúne em suas esquinas um pedacinho de cada país do mundo. A modernidade se expressa tão bem aqui como em alguns poucos lugares do mundo. Como esperar encontrar sossego em uma cidade onde a frota de helicópteros urbanos é a maior do mundo e a de veículos cresce oito vezes mais que a população? Estamos perto da marca de 7 milhões de veículos, sendo que, destes, 3,8 milhões circulam diariamente em pelos mais de 17.000 quilômetros das vias da capital.
Nas calçadas, a agitação não fica atrás. Pedestres apressados transitam todos os dias, sem parar para perceber o ambiente a sua volta. Com o simples intuito de chegarem ao trabalho, ou, à noite, chegarem a suas casas e se prepararem para mais agitação no dia seguinte.
Porém, em contradição, a circulação na cidade para por muitas vezes. Horas e horas de transito intermináveis fazem a fama de São Paulo. Na cidade onde se leva duas ou três horas para chegar em casa no horário de pico, circulando por suas próprias ruas e avenidas (o tempo, muitas vezes, de uma viagem para outra cidade), o transito, além de marca registrada, é um dos seus maiores problemas: causa mortes (entre atropelamentos e acidentes), polui o meio ambiente (de acordo com a Cetesb, os veículos despejam todo ano 1,7 milhão de toneladas de substâncias nocivas na atmosfera e são a principal fonte de poluição do nosso ar) e rouba dos cidadãos um tempo precioso, que jamais será recuperado, afinal os paulistanos perdem, em média, 2h42 por dia nas imensas filas, segundo pesquisa do Ibope encomendada pelo movimento Nossa São Paulo, em 2010.
Enquanto alguns sofrem em seus carros particulares, outros se espremem no metrô e nos ônibus, que não garantem mais agilidade na locomoção. O passageiro do ônibus demora, em média, 2 horas a mais por semana em seu deslocamento que o usuário do automóvel. De acordo com pesquisa do Ibope, as pessoas que utilizam transporte coletivo demoram em média 57 minutos para ir trabalhar, contra 47 minutos dos motorizados.
A sensação em São Paulo não poderia ser outra: movimentação eterna. Aqui nada tem fim, inúmeros lugares permanecem abertos constantemente. A noite, às vezes parece mais animada do que o dia. A superpopulação assusta, mas também alegra aqueles que gostam da agitação, da correria. Para conseguir viver bem em São Paulo não tem outro jeito: é preciso gostar de estar ligado na tomada 24 horas por dia.

(Daniela Rial - Perdidos)



domingo, 26 de maio de 2013

Igual João-Bobo

   Sabe aquele boneco? Aqueeele que alguns têm quando criança, que a gente fica dando porrada nele, chute, cotovelada, e nada dele cair? O "tal" do João-Bobo é mesmo um boneco forte. Equilibrado, seria a palavra certa. Ele concentra as forças dele num ponto de forma que nada consegue derrubá-lo. Ou melhor: derrubá-lo por muito tempo. Passados alguns instantes, lá está ele de novo, com a mesma cara de bobo. Bobo? De bobo ele não tem nada.
   Quem me dera ser assim como um João-Bobo. Uma "Joana-Boba", talvez? Tem dias que tudo conspira para você cair, desistir, não levantar nunca mais. De súbito, vem uma força, algo te puxa pra cima e então, você sobe. Não me sinto uma fortaleza, tenaz, rígida, difícil de desabar. Muito pelo contrário, desabo até fácil. Sinto-me estressada, mal-humorada e já ponho-me a chorar. É o meu jeito de cair. Contudo, passado algum tempo, retorno ainda mais forte, experiente.
   Depois de algumas porradas as coisas parecem que vão ficando mais fáceis, né? Pura ilusão. A gente é que se acostuma com elas. Aprendemos a lidar com as situações e a nos proteger. E a cada vez que caímos, somos treinados a levantar um pouquinho mais rápido do que da vez anterior. Acredito que seja uma recompensa; uma espécie de bônus que ganhamos e acumulamos. E então, como nos jogos, vamos recebendo "vidas", novas "armas" e demoramos mais pra morrer. O famoso "game over" custa para aparecer e, assim, sentimo-nos melhores, mais capazes. "Que apareça o chefão, o mais poderoso,  o mais cruel, eu o derrotarei!"- pensamos.

   Pena que, ao contrário dos video-games, a vida não ofereça uma opção "play again"; em que voltamos ilesos e temos a possibilidade de enfrentar os mesmos vilões, tendo tempo suficiente de buscar novas estratégias, alternativas. Na vida, dificilmente temos uma segunda chance e quando a temos, jamais será como a primeira vez. Sendo assim, como uma "Joana-Boba" que sou, espero ser capaz de continuar levantando após ser derrubada e, ainda, tirar proveito das marcas de porradas e chutes. Quem sabe eu não consiga encará-las como bônus?

Joana Borges (Perdidos)
  

terça-feira, 21 de maio de 2013

Turistando

   À noite, ao andar pelas ruas da capital paulista, divago e, com sorte, perco-me em meus próprios pensamentos. Tanto que, por muitas vezes, distraí-me e cheguei a esbarrar nos tantos outros que comigo dividiam o estreito espaço entre os bares e a rua ainda movimentada. Ouço gargalhadas, sinto o cheiro forte do cigarro, o mesmo que gruda nos meus cabelos à noite e obriga-me a lavá-los, secá-los, penteá-los. Depois do trabalho sentam-se nas mesas dos bares e conversam; conversam alto e bebem. Não importa se é segunda-feira ou sexta à noite. Os bares de São Paulo estão lotados.
   De repente, ouço algo que muito difere-se da minha língua pátria e olho curiosa em busca do autor daquela fala, daquelas estranhas palavras que tanto me alucinam e me envolvem. Mas, mesmo antes de qualquer descoberta, escuto outra frase estranha, perdida em meio a muitas outras. Encantador é esse sentimento que me invade o peito e com saudosismo traz as melhores lembranças. As viagens com os mais recentes melhores amigos que já tive, a *Freiheit que jamais nos abandonou. Como gostávamos dessa palavra, para mim a mais bonita, ao mesmo tempo que a mais enigmática dentro do dicionário alemão que para todos os lugares carregávamos.
  E se não fosse pelas sacolas de compras que eu carregava com esforço enquanto seguia para o apartamento o qual, com relutância, chamava de "casa", pelo corpo ainda suado da academia, e  pela mente ocupada por afazeres acadêmicas e domésticos, eu até poderia me sentir turista de novo.
  Inesquecível o dia em que, sentados em um bar irlandês em meio a Red Light District, "jogávamos conversa fora"e distraíamos com as luzes e desfrutávamos da tentadora cidade holandesa. Até chegado um momento em que, de súbito, tive certeza de que faria turismo na faculdade. Era chegado o fim de tanta angustia por não saber o que prestar no vestibular. Tamanha euforia consumia-me que cheguei ao ponto de chorar. Não sei se por alívio ou por causa da cerveja irlandesa que bebi. Provável que pelos dois motivos.
  Entretanto, ao amanhecer o dia, já tinha desistido da minha ideia. Convinha-me, era verdade, viajar, conhecer lugares nunca antes visitados. Mas a minha real vocação era ser turista, não guia. Gostava de ver pelos meus próprios olhos e queria que tantos outros assim o fizessem. Nada pode ser mais bonito que o próprio olhar, que atribui beleza às paisagens, às obras-de-arte, aos personagens da vida; e que com outros não poderia ser jamais comparado. Sendo assim, revivo as antigas lembranças, revejo fotografias, releio antigos diários e anseio pela próxima viagem turística.  


* em alemão, liberdade.



Joana Borges (Perdidos)

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Not Like The Movies


Hoje eu me perdi. Me perdi em pensamentos. E por isso quase perdi o ponto certo do ônibus. Vim pensando que eu realmente não moro mais com meus pais, moro em outra cidade... A típica história da menina do interior que vai para a cidade grande. Clichê.
Para se tornar como qualquer história mel com açúcar tenho que conhecer pessoas novas e incríveis, fazer inimigos, me apaixonar, dar tudo errado, e enfim dar tudo certo. É, mas a vida não é um filme. São Paulo não é Nova York. Não vou receber uma declaração de amor no meio da Av. Paulista com pessoas cantando e dançando. Não irei conseguir o melhor estágio no melhor jornal da cidade.
É, mas não custa nada sonhar.

“Just a small town girl, living in a lonely world...” (pelo menos esse filme já tem trilha sonora…)

Cami Gregori

quarta-feira, 1 de maio de 2013

eu, paulistana.

Pluralidade. Diversidade. Em relação a minha pré-conceituosa declaração de São Paulo, nada mudou. Eu continuo a achar que a Pauliceia tem de tudo. Ou pelo menos, quase tudo. São móveis que você procura? Pff! Essa é fácil! Tem uma rua só disso.. Instrumentos musicais ? Passa na Theodoro Sampaio, em cinco minutos eu prometo que você monta a banda inteira. E por aí vai...
Impressiona-me, até hoje, a diversidade que é São Paulo e o que ela faz comigo. Aqui tenho vontade de ser tudo ao mesmo tempo. Aos sábados, saio da aula de teatro convicta de que serei atriz. Faço planos, economizo, pesquiso cursos profissionalizantes...e esqueço. Ou melhor, guardo os pensamentos para o próximo sábado. Na academia quero ser saudável, cuidar do corpo,virar atleta. E se fico bonita em alguma foto, logo me sinto uma modelo. Mas ao abrir o pacote de cookies, logo esqueço.
Em casa, sou faxineira, cozinheira, lavadeira...Chamem do que quiser, aqui sou mãe, irmã, mulher. E, ao voltar da faculdade, o que eu mais quero é ser jornalista. Uma verdadeira formadora de opinião e de futuros heróis. Juro a mim mesma que lerei um milhão de livros, escrevê-los-ei. E, já cansada, esqueço. Sento na cadeira da escrivaninha e escrevo textos que talvez só eu mesma lerei. Como este aqui. E embora assim o seja, quero ser blogueira; daquelas que possuem milhares de acessos diariamente, são lidas e se fazem ouvir; possuem um estilo próprio e que, acima de tudo, amam os próprios textos. E então chega a "famosa" Falta de Inspiração e logo esqueço. Ao final do dia descubro minha verdadeira vocação: Princesa.
Entretanto, admito que sou exigente. Da Branca de Neve nunca gostei muito; a Rapunzel passa a vida inteira presa numa torre e a Cinderela só trabalha.. Nada mau seria morar com fadas, dar uma pausa na vida dormindo por alguns anos e só acordar quando o príncipe perfeito aparecer. A Bela Adormecida que "abra o olho" ou eu tomarei o lugar dela. Ou não. Amanhã já sei que a ideia vai ser outra e o meu teste vocacional vai dizer outra coisa.
Por agora, o que eu quero é dormir tranquila. Aquietar minhas ambições, acalmar as emoções para, quem sabe, sonhar. Sonhar com a Joana princesa, a Joana jornalista, a Joana atriz, a Joana atleta, a Joana plural, diversificada, paulistana.

Joana Borges (Perdidos)

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Em tempos de crise..

   Lembro de uma vez em que o assunto "crise do jornalismo" foi levantado em sala de aula... Assunto este que gera, só de ouvir, um certo "desconforto" em qualquer aspirante à jornalista. Porém, no decorrer da aula, ouço o professor dizer: "crise, em grego,"krisis", significa mudança. Seja esta para melhor ou pior. Daí a "coisa"  foi ficando mais aceitável, o tom da conversa foi ficando mais leve e até interessante.
   Mudança é algo que mexe com qualquer um; e todos hão de convir que essa palavrinha, um tanto quanto inocente, nunca vem desacompanhada. A "tal" da Despedida é uma que está sempre por perto quando o assunto é trocar o "velho" pelo "novo"; O Frio na Barriga..aquele íntimo "Será que vai dar certo?" é outro que não sai da cabeça;
   Enfim, a questão é que me mudei. Peguei minhas "troxinhas" e vim pra São Paulo. Sabe aquela cidade assustadora, enchentes, tempo maluco, trânsito, gente "pra dar e vender"...? Pois é, essa mesma. Há dois meses saí da minha ilha e vim pra cá fazer faculdade; e estou começando a sentir que, finalmente, tudo está começando a se ajeitar. Aquela cidade assustadora que eu descrevi em alguns textos, aos poucos, vai "dando as caras", se mostrando; e a gente vai ficando mais íntimas, amigas não. Pera lá! "Colegas" seria o termo mais apropriado.
   E hoje, neste dia frio que está fazendo aqui na Pauliceia, mudei também de apartamento. Mais uma vez arrumei minhas malas e fui embora. Algumas conversas, cartas de agradecimento, pedidos de desculpas e alguma poera no chão eu deixei. E, para minha sorte, fui recebida com alguns sorrisos, listas de "regras de boa convivência" e cachorro-quente com batata palha. Nada mau pra um primeiro dia juntas.
   Lavar roupa, a louça, cozinhar, limpar privada,tirar o lixo toda noite,varrer o "ap", supermercado, dividir as contas, PAGAR as contas...ufa! Eu bem que pensei que podia me livrar, mas a responsabilidade chegou antes do que eu pensava e veio com tudo; uma espécie de "brinde irrecusável" junto ao presentão que eu ganhei: os tão esperados dezoito anos... Aos "Peter Pans" de plantão, a minha mais sincera inveja.
   É, Elizabeth Gilbert, aos dezesseis, quando li seu livro "Comer,Rezar e Amar" no meu ano de intercâmbio na Alemanha, achei cedo pra dizer que eu era como um caracol. Aquele que carrega a casa nas costas... Hoje estou começando a sentir que não está mais tão cedo assim. Que venham muitas mudanças! A minha casa é onde eu estiver.


Por Joana Borges (Perdidos) 



Vista do novo ap

domingo, 7 de abril de 2013

Minha madrugada universitária em SP : porque nem tudo é festa por aqui.


As diferentes faces do jornalismo

Por Joana Borges, 7 de abril de 2013 (especial dia do jornalista)

   Desde sempre ouvi dizer que o jornalismo era objetivo,imparcial. Talvez por isso sempre confiei em tudo, ou quase tudo, que lia nos jornais ou assistia nos telejornais por aí a fora. A credibilidade do jornalista vem exatamente disto: escrever sobre a verdade, informar o público leitor e nada mais. Entretanto, ser imparcial, objetivo, em uma matéria jornalística, não é tão simples como possa parecer. O jornalista pode ser imparcial ao não defender uma posição em seu texto, ao mesmo tempo em que este não consiga esconder o seu tom de subjetividade, por exemplo.
    Ao escolher o ângulo a ser enfatizado na matéria ou o que omitir, o profissional da comunicação já está sendo, de certa forma, subjetivo. Não se trata de ser mais ou menos profissional; neste caso, o jornalista só está sendo humano, atribuidor de valores, contador de história. Essa reflexão pode ser mais bem analisada por meio do texto de Luiz Costa Pereira Junior, “A Fábula dos três repórteres” que mostra o diferente enfoque dado por estes jornalistas diante de um mesmo acontecimento e um mesmo roteiro de apuração. Segundo as palavras do próprio Luiz Costa: “Não houve má fé, ninguém mentiu, todos foram objetivos, mas as histórias contadas por eles não são as mesmas”.
   Diante da dificuldade em se definir o que é a verdade diante de tantas versões jornalísticas, a crônica escrita em 1901 por Olavo Bilac, aponta um enigma: “Ora, o público tem pressa: como há de perder tempo em procurar a verdade dentro deste acervo de contradições e de divergências?...”. Olavo Bilac ao se pronunciar sobre os diferentes pontos de vista que cada jornalista tem de determinado fato, se mostrou um tanto quanto profético ao levantar tal questionamento e completa seu raciocínio ao sugerir que a fotografia, realista, sincera, instantânea, tomaria o lugar dos escritos.
   Atual, embora carente de algumas informações, Bilac não tinha como prever os rumos que o fotojornalismo tomaria cem anos após a publicação de seu texto. Sabemos, ou pelo menos deveríamos saber que a imagem também é alvo da subjetividade humana. Esta que é muitas vezes vista sem um olhar crítico, também pode ser manipulada, ou simplesmente retocada. Haverá sempre uma pessoa por trás da câmera que, em maior ou menor grau, influenciará na fotografia. Como analisa Peter Burke em seu texto “Como confiar em fotografias”: “Embora as fotografias não possam mentir, os mentirosos podem fotografar”. Ou seja, por mais credibilidade que é atribuída à imagem, esta não é de todo confiável e faz-se necessário um olhar atento sobre elas.
   Por fim, embora nada tenha se decidido para solucionar o inconveniente subjetivismo jornalístico e para definir uma maneira correta e única de se fazer comunicação, o jornalismo segue com seus defeitos, suas faces. Aprendendo com a sua própria trajetória, a comunicação se desenvolve e melhora. Afinal, nada é mais educativo do que a própria experiência, a própria história da comunicação e sua jornada.







terça-feira, 26 de março de 2013

Parque Doutor Fernando Costa Água Branca,o seu “fugere urbem” dentro de SP.



 Existem dias que a cidade te deixa saturado. A falta de contato com a natureza faz da atenção à respiração,olhar e espírito meras banalidades.É por isso que eu preciso dividir minha descoberta de hoje. Imagine um espaço de 160 mil m² dedicados ao lazer, ao descanso, à diversidade, à cultura e ao meio ambiente. Um lugar onde é possível exercitar a reflexão, o contato com o eu interior, combinar a paz de uma harmônica arquitetura rural com diversas atrações, como o Museu Geológico (um centro de referência em geociência), o Áquario Água Branca (que expõe algumas espécies mais significativas da piscicultura no Brasil) e a Casa do Caboclo (uma construção feita de barro úmido socado e de ripas entrecruzadas, a taipa de sopapo).

O que também chamou minha atenção é a preocupação em relação aos idosos. Lá dentro existe o Espaço da Melhor Idade, que no momento que eu passava (terça-feira,por volta de umas 15 hrs),rolava um baile cheio de senhores enxutos e dançarinos, uma ótima dica para a sua avó, que já está dando boa-noite pro William Bonner.Além disso, existe uma área totalmente reservada para atividades físicas, a Praça do Idoso.

O Parque Água Branca, foi fundado em 1929 e fica situado no bairro de Perdizes, sua entrada principal fica na Av. Francisco Matarazzo. Agora seguem algumas das fotos que fiz, espero que se encantem e não usem essas imagens para fins comerciais, :D.Ah!Quem se interessar em ir,me chama!Mó brisa!

                                                                       Fernando Costa.


                                                                                ...


                                                                       Equinos.

                                                                     
                                                                          Bonito.



Instituto da Melhor Idade.


Torre maneira.


                                                                       Lago Preto.



Casa do Caboclo.


Museu Geológico.


Poético.


Sopa de letrinhas.


Um verde só pra você.


Espaço de Leitura.


Praça do Idoso.


Fundo Social de Solidariedade de SP.


Patrimônio do Estado.


Like Veneza quase.


João Hidalgo (Perdidos).




quinta-feira, 21 de março de 2013

Terra da Garoa: Manual Básico de Sobrevivência IV - Compras

Lá está você, num belo final de semana, com aquele convite de aniversário do seu amigo Fulano. E, na sua cabeça, aparecem aquelas típicas dúvidas: “o que dar de presente para Fulano?” e “O que usar na festa descolada do Fulano?”. O problema é que todas as lojas do universo parecem estar espalhadas por Sampa e você não tem ideia de onde procurar. Você está, mais uma vez, Perdido na Cidade da Garoa. Mas calma! Nesse Manual, você encontra dicas pra quem quer comprar algo barato, fashion, cultural, antigo, pechinchado e até usado (mas em ótimas condições). Como “quem procura, acha”, por que é que você não procura seu outfit e/ou presente nessas opções do Manual?

Compras baratas: Rua 25 de Março
Seu bolso tá mais vazio que Avenida Santo Amaro à noite nas férias de Julho? A Rua 25 de Março (a famosa “25”) é seu lugar. Lá você pode encontrar qualquer coisa – de bijouterias a fantasias dos anos 70; de imitações de iPhone a DVDs piratas; de calças jeans a material escolar. O mais legal da 25 é que você pode tentar pechinchar, levar “5 por 4”, pagar seis e o sétimo sair de graça, procurar imitações muito boas e ainda dar risada dos bordões dos vendedores (“moça bonita não paga, mas também não leva” e “vamos gastar o dinheiro do marido, minha gente!”). Tudo, claro, com precauções básicas: para evitar furtos, tente levar só o necessário (dinheiro, celular etc.) e evite levar bolsas. É bom também ir de roupa e sapatos confortáveis. NUNCA, JAMAIS vá à 25 em véspera de festas (Natal, páscoa, Carnaval...), porque fica mais lotado que a estação da Sé às 18h30.


Compras fashion: Galeria do Rock
Famosa pelos tipos estranhos, pelas lojas descoladas, pelas camisetas originais e pelas lojas de música, a Galeria do Rock é o lugar certo para você que quer comprar algo especial e diferente. O prédio de quatro andares, localizado no coração de São Paulo (rua Vinte e Quatro de Maio, 62), foi construído nos anos 1960 e revitalizado nos anos 1990. Ou seja: além de lojas top, você ainda faz um turismo básico por um dos prédios históricos de SP. Na Galeria, vale a pena ficar pelo menos duas horas, subindo e descendo e olhando as 450 lojas uma por uma (são muito interessantes e dá vontade de comprar tudo!). Na saída, não esqueça de tomar um suco na Nova Galeria.



Compras caras/divas/rycas: Oscar Freire
Sabe aquela sensação de estar em um filme de Hollywood? Pois é assim mesmo que a gente se sente andando pela rua Oscar Freire, nos Jardins, eleita uma das oito ruas mais luxuosas do mundo. Em poucos quarteirões, ela reúne algumas das grifes mais famosas e caras, como Diesel, Shoulder, La Perla, Le Lis Blanc, Tommy Hilfiger, Forum, Osklen, Camper, H. Stern, Ellus, entre outras chiquesas. O mais legal da Oscar Freire é que, em cada quarteirão, existe um mapinha com a lista das principais lojas do lugar. Vale a pena visitar a loja da Havaianas, que é gigantesca e tem milhares de opções (isso sem falar das beldades e dos gatões que passeiam por lá todos os dias com seus carrões...).


Compras culturais: Avenida Paulista e Liberdade
Você quer comprar livros, CDs, filmes, posteres? A Paulista é seu lugar. Deixando de lado o fato de que a Avenida é o coração comercial e noturno de São Paulo (afinal, este é um manual de compras), vamos falar de livrarias: além da Cultura do Conjunto Nacional, que é monstruosamente gigante e linda (e ainda conta com aquela lojinha super fofa, a Geek Etc), na Paulista e arredores você encontra a Martins Fontes e vários sebos (quer lugar mais interessante que sebos?).
Agora, se sua busca é por mangás e quadrinhos, está na hora de visitar o bairro da Liberdade, cuja influência cultural japonesa pode ser sentida nas ruas com luminárias típicas e na Feira do Bairro da Liberdade, que acontece na Praça da Liberdade e rua Galvão Bueno todos os domingos, e onde encontram-se diversos artigos típicos da cultura oriental e japonesa. Ah! Se quiser, dê uma passadinha na Ikesaki, loja de cosméticos que é super em conta.



Compras de Antiguidades: feirinha do MASP e Benedito Calixto
Sabe aqueles gramofones gigantes? Ou aqueles rádios do tamanho de uma mesa de jantar? Ou aquelas máquinas fotográficas analógicas lindas? Pois é: na feirinha do MASP (Museu de Arte de São Paulo), que acontece todo domingo, embaixo do Museu, você encontra tudo isso e muitos outros objetos que contam histórias. 
Na Praça Benedito Calixto (Pinheiros), acontece todo sábado a Feira de Artes, Cultura e Lazer da Praça. Lá, você pode encontrar armações legais de óculos, vestidos, bijouterias, toca-discos, telefones de discar, máquinas de escrever, Polaroids e revistas, livros e jornais antigos. Sendo um ponto de encontro cultural, geralmente uma banda toca músicas que combinam com o fim de tarde, e há muita comida e bebida variadas - isso sem falar dos bares com cerveja geladinha.



Compras de usados: Brechós
Esqueça o preconceito: os brechós mais legais de Sampa estão repletos de tesouros esperando para serem encontrados. Com sorte, você pode arrebatar um par Prada, Gucci ou até Manolo Blahnik por pouco mais de R$100, uma bolsa Louis Vuitton por R$200, ou até calças jeans Diesel por menos de R$50 – quem procura, acha. Aqui vai uma lista dos brechós mais top:
  • Trash Chic (Rua Capitão Prudente, 223 )
  • Juisi by Licquor (Alameda Tietê, 43, Lojas 6 e 8)
  • B Luxo Vintage (Rua Augusta, 2633, Loja 18)
  • Minha Avó Tinha (Rua Franco da Rocha, 74 ou Rua Itapicuru, 760 )
  • Passado Presente (Rua Augusta, 2690, Loja 16)
  • Breshop (Rua Gaivota, 1290, Moema)

É isso, queridos consumistas. Espero que vocês não fiquem mais Perdidos, pelo menos nesse quesito! Até o próximo Manual.

quarta-feira, 20 de março de 2013

Só por hoje

Vai pra casa..não quero ter que pegar o metrô lotado...melhor agora do que mais tarde,vai chover mais forte,tá frio,de qualquer forma você vai ter que encarar...puta, a paulista ta lotada, pra variar. Ainda não comprei o bilhete..Caramba! Olha essa fila!!Vou ter que esperar..Não vai rolar,cara...vou voltar pra facul, enrolar até o metrô esvaziar um pouco...Quero ir pra minha casa, Vitória. Aqui não é minha casa. Quero meu pai,minha mãe,meu quarto.Quero poder andar a pé. Quero sol,quero praia. Puta saudade de tudo. Meu sonho agora era um teletransporte...Já imaginou? Noooossa, quem dera!...Só por hoje, por favor, me dá uma carona no teu teletransporte...
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Quando aquele cara falou que pra viver em São Paulo a gente tinha que ter um objetivo claro na cabeça, ele tava super certo. Mas será que só isso adianta? E o resto? E a grana??? Tem que ser rico pra ser feliz aqui... Só de não ter que pegar o transporte público tava bom, eu acho..Mas e o curso de teatro que eu quero fazer? E o alemão? Academia?? O ap?? putss!
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Será que o metrô já esvaziou uma hora dessas?..Tá frio..Por enquanto tá tranquilo aqui..Que demora.. Que será que houve? Se demorar mais cinco minutos pego um táxi...Aleluia!!! Tá abafado demais aqui...Tá apertado..Quero chorar...Aguenta. Engole..
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Tá difícil pra respirar. Quero chorar. Se eu estivesse em Vitória pedia pro papai me buscar..Vou sair daqui, chega!! Preciso achar um táxi..será que tá livre? Por favor, chegue rápido, que não tenha tanto trânsito, nem adianta perguntar o melhor caminho moço, eu não sei!!! Quero chorar..Só tenho treze reais...Já deram doze. Se der treze eu desço em qualquer lugar e vou andando, eu pergunto qualquer coisa. Deu treze reais...O quê? Será que ele tá falando sério? Vai me levar por treze mesmo? Eu juro que vai ser só hoje..
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Como assim cheguei no meu destino? Onde é isso aqui? Pra eu descer? Quero chorar..Vou chorar...Calma, respira, desce do táxi, anda, tá perto...é logo ali...eu não tô vendo..calma, qualquer coisa tu pergunta. Nem acredito que cheguei em casa... Em casa? Pera ae, aqui não é minha casa. Eu só quero chorar. Por hoje, só me deixe chorar quietinha..não vou fazer barulho,eu prometo. Mas por favor, só por hoje, me deixa chorar.


Joana Borges (Perdidos)


quinta-feira, 14 de março de 2013

A noite paulistana


Muitos reclamam que a noite em São Paulo não tem graça. Com tantas luzes artificiais, as estrelas perdem o seu brilho e fumaça embaça o céu...
Não posso deixar de concordar que o céu limpo e estrelado do interior é fascinante, mas em São Paulo a noite ganha uma nova cara, um novo significado. 
A cidade não para, mas dá uma pausa na loucura diária para descansar e se preparar para mais aventuras no dia seguinte. É mágico “escutar” o silêncio em vários pontos da cidade e a agitação em outros. A noite paulistana é misteriosa, perigosa, revigorante... Para quem acorda cedo, é um piscar de olhos! Para mim é também a melhor parte do dia... 

Daniela Rial (Perdidos)

terça-feira, 12 de março de 2013

Voltei a sonhar

   Desde que me conheço por gente, sempre critiquei o sistema educacional brasileiro. Lembro-me das noites intermináveis de domingo estudando para a prova de química de segunda-feira e o quanto me frustrava. Para mim era inconcebível estudar horas e horas para algo que eu jamais consegui enxergar, nem aos 14 e muito menos agora, aos 18. Quantas vezes já não escutei dos “amantes da tabela periódica” aquela típica frase : “A química está em tudo” ou mesmo “O ser humano é a prova viva de que a química existe”. Tá, tá, chega, JÁ OUVI!
   Aos 15 anos, quando os mais comuns elementos químico me foram apresentados, tive certeza de que me rebelaria. Lutaria contra tudo e todos e acabria de vez com esse fracassado sistema que me obrigava a estudar para uma matéria da qual nada entendia. NADA. 
  Os anos foram passando e, finalmente, aos 16, me vi livre da "tal da química". Fui pra longe, num lugarzinho chamado “Gross Reken”, onde as pessoas, enfim, pareciam “falar a minha língua”(por mais bizarro que isso possa parecer já que essa é uma vila situada na Renânia do Norte, Alemanha). Pude, depois de anos de rebeldia e pouca luta, escolher as matérias que iria estudar, e química, definitivamente, não era uma delas. Ai como era bom...
   Me apaixonei pela minha “vida alemã”,pela primavera, pelo outono..e por tudo que dela fazia parte. Eu sonhava em viajar, dar a volta ao mundo, começando pela Europa. No meu primeiro mês já sonhava com o meu próximo intercâmbio, a próxima língua que eu aprenderia, para onde viajaria. Costumava dizer que eu fui, durante um ano, eternamente apaixonada. E como a maioria dos intercambistas que conheci, apaixonada pela vida de intercambista.
   Aos 17 voltei do paraíso e caí de paraquedas na vida real. Química, física, matemática 1, matemática 2, 3, 4! CHEGA! CHEGA! CHEGA! Um ano de estudo, de preparo, de stress acompanhado de frustração,choro,raiva. Por um ano inteiro, vivi no que chamo de “automático”.  Pra mim que sempre odiei a rotina, não tinha nada pior do que aquilo que eu vivia. VESTIBULAR. Tenho a impressão de que quem inventou esse método nunca passou por um.
   Chegaram os 18. Os tão esperados 18. Sem entrar no mérito dos “rocks” (como dizem no ES) ou das “baladas” (SP), a questão é que fui pra faculdade. Vim pra Sampa e, mais uma vez ( e desta vez pra nunca mais ver na vida) dei adeus pra química.
   Há um mês estudante de jornalismo, voltei a me apaixonar. Voltei a sonhar. Se hoje me perguntarem porque eu estudo, sem hesitar, direi que é porque gosto. Gosto do que eu faço. E me orgulho do que faço. Hoje sou feliz ( e digo hoje no sentido literal da palavra e não como alguém que diz pensando na vida atual) porque acordei sabendo que faria algo o qual faço bem, porque saí as 19:40 da biblioteca da faculdade por livre e espontânea vontade e, no metrô ainda lotado, pensei no meu próximo texto pro blog. Se sou feliz hoje é porque me sinto bem comigo mesma e gosto do meu próprio “eu”. Porque voltei a ter ambição e estar de olhos fechados, pra mim, não é mais pré-requisito pra sonhar.

Joana Borges (Perdidos)


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segunda-feira, 11 de março de 2013

Sonho de um meio-dia de verão

Você está parada no farol, esperando aquele homenzinho verde dar o ar de sua graça. É meio-dia na Paulista e os carros passam, rindo da sua pedrestês. Do outro lado da rua, seu ônibus acaba de passar. Você suspira.


 – Boa tarde. Você tá bem?

Você ergue os olhos e encontra outros olhos erguidos para você. Você agarra a bolsa, instintivamente, e olha para trás. Será que esse cara vai te assaltar? Será uma pegadinha?

 – É... tô...  – os carros continuam rindo. Os olhos sorriem também.

É um rapaz. Vinte, vinte e cinco, no máximo. Entre todos os carros e pessoas e vendedores e helicópteros e relógios e ônibus e outros polissíndetos, ele parou para perguntar como você estava. É isso que surpreende. Porque, você percebe, faz muito tempo que ninguém para pra perguntar como você está. Bom, perguntam, mas depois querem te vender alguma coisa. Ou te assaltar. Ou pedir para que você passe o telefone para a sua mãe.

A verdade é que, em São Paulo, é difícil alguém reparar em você. Sampa, a cidade que não dorme, a cidade que há muito tempo não garoa sua garoa, não dá a mínima pra você. E você sabe disso. Daí seu medo instintivo. Daí sua dúvida. Faz tanto tempo que estamos sozinhos, faz tanto tempo que estamos juntos...

 – Legal.  – o moço sorri  – toma cuidado, tá muito sol.

Ele se vira e vai embora. E você fica olhando enquanto ele se afasta, como num filme em câmera lenta. O vento brinca com seus cabelos.

E os carros da Paulista continuam rindo.

Helô Pereira (Perdidos)

Rir é o melhor remédio

Ficou preso no metrô das 18h? Seu busão tá tão lotado que você teve que abraçar uma velhinha a viagem inteira? Furtaram sua carteira, celular e tripas? Não aguenta mais comer Subway?

Relaxa que tem gente no mesmo barco: http://www.facebook.com/saopaulodepre


por Helô Pereira (Perdidos)

E se fosse verdade?

Aos 18 anos, blogueira ganha fama internacional
por Joana Borges, 11/03/2013

Joana Borges, brasileira nascida em Vitória, Espírito Santo e estudante do primeiro ano de jornalismo, há três meses moradora da cidade de São Paulo, acaba de receber mais de 500 millhões de acessos em seu blog recém criado "Perdidosemsp.blogspot.com". Dentre os visitantes, é surpreendente o número de acessos internacionais, advindos principalmente da Alemanha,Estados Unidos e Canadá. "São mais de milhares de visitas diárias, fora comentários de jovens estrangeiros interessados na minha experiência e de alguns dos meus colegas na "Terra da Garoa"- afirma a blogueira,orgulhosa da fama que o "Perdidosemsp" conquistou no Brasil e além de suas fronteiras geográficas.
O blog conta com um aplicativo feito pela própria Joana que possibilita a leitura dos textos também nas línguas inglesa e alemã, sem que haja grande perda da essência dos escritos e adequando-se ao seu público internacional. Possui ainda um acervo de mais de sessenta publicações de autoria variada.
A escritora, Joana, admite não ter imaginado a amplitude e o sucesso que sua ingênua criação teria e revela que o objetivo inicial do "Perdidos" (como ela mesma denomina o blog) era simplesmente desabafar e incentivar que outros assim o fizessem. Perdidosemsp diferencia-se dos blogs comuns por não pertencer unicamente à sua criadora. Este tem a característica de ser aberto para quem nele quiser escrever e dividir com o público suas experiências de vida na gigante Pauliceia. "Não criei o blog para ser meu, qualquer perdido tem espaço aqui".- esclarece Joana.
Ao ser indagada sobre a ideia de criar o blog, a jovem escritora foi firme ao pronunciar que teria gostado muito, em suas primeiras semanas, de ter lido histórias de pessoas que tivessem passado pela mesma situação em que ela se encontrou ao sair de sua cidade natal para estudar em São Paulo. Segundo ela, "as pessoas se sentem mais confortáveis ao encontrar semelhantes e isso as encoraja a prosseguir em sua caminhada e não fraquejar".
Além de fazer crescer o blog, a jovem Joana Borges admite ter outras ambições. Sonha em ser atriz de novelas, em escrever livros e virar uma correspondente internacional de sucesso. Apaixonada por diferentes culturas e idiomas, a estudante, que morou um ano na Alemanha, já possui cinco línguas estrangeiras em seu currículo e afirma querer aprender muitas outras. "Amo viajar, conhecer gente de outras partes do mundo e novos lugares. Me sinto mais completa cada vez que volto de uma viagem. Por mim, moraria um tempo em cada cidade do planeta."
Por fim, a jovem blogueira acrescenta: " O Perdidosemsp me rendeu algum destaque na mídia mas continuo sendo uma garota comum, só um pouco menos perdida."

domingo, 10 de março de 2013

Home Sweet Home


Cheguei num fim habitual de sexta aqui em casa.Acho que é exatamente disso que a gente sente falta no lar,do caráter habitual,de um aconchego natural que é mais gostoso que tantos outros planejados.Engraçado depois de um tempo longe,na labuta de SP,chegar num lugar onde tudo conspira a seus gostos,onde ficar quietinho é exercício involuntário e mesmo não sendo anos de ausência,seus cachorros fazerem a mais calorosa recepção que um ser humano poderia receber.

Encontrar os amigos que cresceram com você e ver o rumo que cada um está tomando,poder se desvincular de papos engajados,falar bobagem,dividir o ócio,sair a noite sem se preocupar com o horário do fim do transporte público.Esses são alguns benefícios de ter seu cantinho no interior.Outra coisa que me instiga é ver as pessoas que estão passando pelas mesmas coisas que eu recentemente passei,saber exatamente o que elas estão sentindo,me confortar com a realização que elas terão ao superar esse desafio do vestibular e perceber que o tamanho dos obstáculos são aferidos com o momento de cada um.

O que mais aperta são os laços fincados,uma amizade,um amor que não seguiu o mesmo ritmo que você.Existe uma grande diferença entre banalizá-los e naturalizá-los.Quando você torna algo banal você esquece,aliena,já quando você enxerga essa oposição,a atenta e a encara respeitosamente em sua ordem natural,com a lembrança positiva e com a certeza que essas relações seguirão dentro das possibilidades com muita admiração,a noção de lidar com os fatos com maturidade nos é alcançada.
Estou muito feliz com o sabor das minhas experiências e o blog está ajudando muito na reflexão de todas elas.Espero que vocês estejam integrados com nossos textos.Agora tem almoço de domingo,deixa eu ir.

João Hidalgo (Perdidos)

sábado, 9 de março de 2013

Terra da Garoa – manual básico de sobrevivência III: baladas



Então, finalmente chega a sexta-feira e você tem duas opções: ficar em casa assistindo “O cão e a raposa” ou ir àquele mesmo bar de sempre. Certo? Não! Neste Manual, você encontra dicas de baladas: baladas diferentes, baladas top, baladas GLS, baladas divertidíssimas, baladas alternativas, baladas calmas, enfim, baladas para todos os gostos. Divirta-se!

Balada top: Caribbean Disco Club
Essa é demais. Com dois andares bem grandes e atrações como caras vestidos de Jack Sparrow distribuindo tequila, vale a pena. A fila é grande, mas vale a pena, porque as festas em geral não são tão caras: mulheres pagam R$30 e os homens pagam R$70 (sem consumação). O problema mesmo é o bar, que é carinho. Mas, pra quem gosta de ficar “calibrado”, basta comprar uma garrafa de sei-lá-o-que com não-sei-quê-lá das vendedoras ambulantes na rua.
Contato: caribbeandiscoclub.com.br


Balada diferente: Estúdio Emme
No coração da “Vila Madá” (Vila Madalena, lar dos barzinhos, para os Perdidos mais perdidos), o Estúdio Emme tem festas para todos os gostos: festas com espuma, com neon, bailes de máscaras, festas dos Orixás, festa do santo forte, pancadão, sambões, hip-hop etc, etc. O bom: não é muito caro! Dá para entrar e beber.
Contato: www.facebook.com/EstudioEmme


Balada alternativa: Beco
Há quem diga que “o Beco é vida”. É verdade: o número 203 da Augusta toca música indie-rock, anos 50, 60, 70, 80, rock e pop-rock; tem máquina de fotos, postes de pole dance, videogames tipo fliperama e muita gente doida. Dica: cada drink tem o nome de um artista. Então tá esperando o quê pra pedir sua  Entre eles, o Cindy Lauper (cointreau, vodca e sucos de limão e cranberry)?
O melhor de tudo é o preço: R$35 ou R$25 com nome na lista. #vemgente


“Balada” calma: Republican Pub
Ok, ok, Pub não é balada (pra quem não sabe, “Pub” é tipo um bar inglês). Mas esse Pub em especial, localizado na Vila Madalena, é muito animado. Lá, eles tocam pop-rock a noite inteira, mas o pessoal cai na pista pra dançar. A cerveja é geladinha (R$8) e, nos fundos, tem uma mesa de sinuca. Ah! E você entra no bar por uma cabine de Telephone. Não é o máximo?
 

Balada GLS: Clube Glória
O Clube Glória é muito divo. Sério. Localizado numa antiga igreja (sim) e todo ambientado tipo anos 80, sua proposta, desde quando foi criado em 2006, é oferecer a seus frequentadores música de qualidade. E oferece mesmo! Por lá, já passaram diversos Djs famosos.O Glória, como é conhecido, tem várias festas dedicadas aos GLS, como a  famosa “Vai!”, às sextas(nem preciso dizer que o glamour é completo nessas noites!). Os preços variam de R$10 a R$100.
Contato: www.clubegloria.com


Balada divertidíssima: Glow In The Dark
A Glow é uma festa que acontece, geralmente, no Cine Joia, na Liberdade. Segundo a página no Facebook: “Luz negra, canetas fluorescentes, tinta neon e muito indie-rock. Todo mês, em São Paulo!”. Sim, é isso mesmo que você está pensando: eles distribuem tintas neon e você fica livra para se pintar ou pintar os outros! O legal é que, pra incentivar a “pintação”, a Glow dá descontinho pra quem for de branco (um branco que não seja sua roupa favorita, porque vai manchar). Vale a pena!
Contato: www.facebook.com/BrilhaNoEscuro


É isso aí, Perdidos. Semana que vem, tem mais Manual!

Helô Pereira (Perdidos)


quinta-feira, 7 de março de 2013

Sampa


Sou estudante de jornalismo, e quando fui convidada por uma colega minha para escrever para o blog hesitei um pouco, pois não sabia se fazia sentido, uma vez que sou paulistana da gema. Mas aí parei para pensar e percebi que assim como Caetano,eu me sinto chegando todos os dias a Sampa e nada entendendo.
Afinal, como entender os dias quentes e ao mesmo tempo frios, quando a temperatura varia como no deserto? E as chuvas então?Como se acostumar com a garoa fina que dá apelido a nossa cidade?Ou então aos temporais, que a paralisam, com quilômetros de congestionamentos? Difícil entender como as pessoas em São Paulo são competitivas,mas ao mesmo tempo solidárias.  E mais difícil ainda entender o porquê de existirem restaurantes chineses em bairros italianos, restaurantes mexicanos em bairros japoneses e restaurantes japoneses em todos os bairros possíveis.Todavia,a mágica dessa cidade se dá na disponibilidade de serviços que ela proporciona.As pessoas se preocupam menos em não serem contraditórias e o resultado é uma miscelânea de alternativas.

Essa é São Paulo contraditória, um caos,cheia de informações ,pessoas ,histórias. É a capital do consumo no Brasil, mas também a capital da cultura, arte, gastronomia. Múltipla, diferente, apaixonante. De fato, mesmo tendo nascido em Sampa e aqui vivido minha vida toda, nada sei sobre ela. Uma cidade que se transforma a cada dia. Democrática,permite que você se encontre seja qual for sua escolha, classe ou tribo.
Acima de tudo, São Paulo me desafia e me estigma.Por isso,acordar todos os dias e me dirigir ao mesmo endereço nunca se torna um tédio, pois sempre encontro no caminho novas pessoas ,paisagens e percepções. Sinto-me uma turista em minha própria cidade natal. Fui percebendo que serei eternamente uma perdida por São Paulo, e isso só a torna mais apaixonante e única.

Gabriella Migotto.

segunda-feira, 4 de março de 2013

Terra da Garoa – manual básico de sobrevivência II: furtos


Você está andando tranquilamente por Sampa. Pegou um ônibus (porque leu o último “Manual” e aprendeu direitinho!), desceu uma rua, entrou numa lojinha, visitou uma livraria, comprou uma coisinha ali, tomou um sorvetinho aqui, resolve postar alguma coisa no Facebook... e o celular não está no seu bolso. Você olha em volta, em pânico, mas não há ninguém prestando atenção em você. Parabéns, você sofreu seu primeiro furto. Os furtos – roubos que acontecem sem a pessoa perceber – são muitíssimo comuns em SP: segundo a Folha De S. Paulo, ao menos 12 pessoas são furtadas todos os dias, só em transportes públicos. Entre os itens mais cobiçados pelos “gaiatos” estão celulares, carteiras, Bilhetes Únicos, iPods e qualquer outro objeto esquecido no bolso de trás do jeans. Acostumados, os paulistas de carteirinha acabaram desenvolvendo um jeito próprio de andar e se proteger desse tipo de violência. E aqui vão algumas dicas para ajudá-los a se prevenir:
* Fique alerta. Parece conselho de mãe, mas é verdade: os furtos acabam acontecendo quando você está conversando, dormindo no ônibus, sentado lendo, viajando... quem rouba sabe a hora de certa.
* NUNCA coloque celulares, carteiras e outros objetos de valor em bolsinhos da mochila, em bolsos largos, como os de moletons, ou nos bolsos de trás da calça. Você pode achar que ninguém vai deixar um estranho mexer na sua mochila, mas a verdade é que ninguém dá a mínima (aliás, o povo até agradece de ter sido você no lugar deles. E ninguém quer se arriscar, de qualquer forma.)
* Tente não chamar atenção. Isso inclui evitar andar com seu iPhone 8, seus fones mega-coloridos, seu tablet gigante e seus óculos Ray-Ban à mostra. Contenha-se!
* Sempre que entrar num ônibus, metrô ou outros lugares lotados, tente levar a mochila/bolsa abraçada na frente. Parece coisa de avó cansada, mas nenhum ladrão vai ter a cara de pau de furtar uma pessoa que está vendo o furto acontecer (… pelo menos, eu acho que não)
* Não fique mexendo na bolsa/mochila no meio da rua. Isso só facilita o furto, porque o ladrão consegue ver exatamente onde está sua carteira. Também evite tagarelar no celular enquanto anda por aí.
* Qualquer movimento estranho é suspeito. Se tem um cara te seguindo na rua, ou perto demais no ônibus, ou se você sente que alguma coisa não está no lugar, fique atento.
* Se você, mesmo depois dessas dicas maravilhosas, ainda for furtado, conforme-se. É quase impossível que a polícia consiga recuperar os objetos roubados ou até prender o ladrão. Se, mesmo assim, você quiser tentar, vá até uma Delegacia de Polícia e faça um Boletim de Ocorrência – o famoso “B.O.”. E fique tranquilo: como eu já disse, você não é o primeiro, nem vai ser o último, a ser roubado em São Paulo.

Uau, esse post foi um pouquinho depressivo... mas, por mais triste e revoltante que seja essa realidade, os furtos estão cada vez mais presentes na nossa querida Terra da Garoa, e precisamos aprender a lidar com eles também. Promessa da autora: o próximo “Manual” vai ser mais light!

Helô Pereira

sexta-feira, 1 de março de 2013

Dica para os amantes da natureza

São Paulo não descansa nunca. Estresse por aqui é muito comum... Afinal, chegar em casa durante o horário de pico às vezes parece uma missão impossível: o ônibus não chega nunca, o trânsito é infernal e o metro, bem... Se você conseguir saltar na estação certa entre tanta gente que não vai descer, mas insiste em ficar na porta, já se sente feliz.
É quase impossível não se estressar no dia a dia desta cidade.
Mas, felizmente, para tudo há solução! E até em São Paulo é possível se desligar da tomada e ter um encontro com a natureza.

Se você mora perto da Zona Norte e gosta da sombra das árvores, uma boa dica de passeio é o Parque Estadual Horto Florestal.

Lá é possível fazer exercícios físicos, piqueniques, beber água potável fresquinha em bicas e até mesmo visitar o Museu florestal. O parque abriga uma imensa variedade de fauna e flora!

Recomendo o parque por ser louca por natureza e frequentá-lo desde de pequena! Lá não me sinto perdida!
Link com mais informações:
http://www.cidadedesaopaulo.com/sp/br/o-que-visitar/192-horto-florestal

(Daniela Rial - Perdidos)

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Terra da Garoa- Manual básico de sobrevivência


Você desce do ônibus/carro e olha em volta: está em São Paulo. Não parece aquela São Paulo dos cartões postais com a foto do MASP ou do Monumento às Bandeiras; lembra mais um inferno caótico cheio de camelôs e carros buzinando e mulheres distribuindo jornais e mendigos prevendo o apocalipse e ufa! Calma aí, Sampa.
 O negócio é que é muito difícil se adaptar à vida na megalópole brasileira, até para quem já nasceu tratando os outros de “meu” e puxando os “Rs” na ponta da língua. É uma cidade gigantesca, cuja região metropolitana tem mais de 7 000 km² e 39 municípios, segundo nossa amada Wikipedia. Aí você se se descabela: “como é que EU posso viver aqui?!” Calma! Aqui vão algumas dicas básicas de como sobreviver em SP.


Transporte São Paulo tem dois tipos básicos de transporte: metrô e ônibus (porque táxi é uma fortuna e carros não andam, a não ser que você ande numa ambulância). A tarifa do ônibus é bem salgadinha (R$3). Uma boa dica é o Bilhete Único, que é tipo um cartãozinho de crédito, e pode ser adquirido em lotéricas, bancas de jornal e até papelarias – basta fazer uma carga inicial de R$5. A vantagem do Bilhete é que você só paga um ônibus em um período de duas horas – uma economia para quem tem de pegar dois ou até três conduções. Além disso, ele também funciona para o metrô e dá um descontinho quando você pega um “busão” depois do metrô ou vice-versa. Sai muito mais em conta!
E aqui vão algumas dicas a mais:
* se o seu ônibus demorar muito, ele provavelmente chegará lotadérrimo. Se isso acontecer, espere o próximo. Em quase todas as vezes, ele vem vazio e chega rapidinho!
* o troco máximo é 10 reais, então não tumultue a fila com notas de 50.
* se você estiver no ponto e se formar uma fila de ônibus, sempre veja se o seu está no final. Quando isso acontece, os motoristas geralmente abrem as portas lá no fim da fila, mesmo que as pessoas do ponto não vejam. Fique esperto!
* Os cobradores e motoristas sabem muito sobre a cidade. Se estiver perdido, pergunte a eles. A maioria é bastante prestativa se tratada com respeito.
* Se as portas fecharem antes de você conseguir sair, não se acanhe: grite “VAI DESCER!”, assim mesmo, na terceira pessoa e bem alto.

Helô Pereira

Primeiros Contatos.


Nunca me senti tão feliz em estar perdido.Jogado no meio do novo,da expectativa,da experiência primária.Entrei de cabeça e não demorou muito pra eu perceber que de nada tinha controle.A cidade de São Paulo é um baita de um organismo.Um organismo vinculado a um tempo tão especifico,que basta pouca noção do que ele representa para estar nele inserido.Uma das coisas que me indago bastante é:Pra onde foi todo aquele sono?No interior o dia costumava ter tantas lacunas que tal sono me dominava.Incorporei uma vontade de fazer algo útil antes não conhecida,um desejo que é realizado na produção de coisas não necessariamente grandiosas,mas que preenchem completamente meu cotidiano.A troca vivencial  acaba sendo tão grande que não há como não sentir uma totalidade inundando minha alma.
Confesso que esperava uma mudança de ritmo,só que uma mudança tão brusca capaz de me colocar imerso tão rapidamente, não passaria mesmo por idéias de quem nunca havia vivenciado isso.Uma inegável comprovação de que o homem é feito do meio que está inserido,que apesar de todas raízes, quando em nova atmosfera sempre fica suscetível a mutação.
O que eu gosto mais é de ver que nem de longe estou sozinho nessa.Pensava que divisão seria pouca por aqui.Estava errado.Por enquanto só encontrei gente no mesmo barco do que eu,que junto de mim foram perguntar a quem já viajou nesse barco o tamanho do desafio que seria estar nele embarcado.Perguntar,dividir,conhecer.Que exercício exuberante para curiosos comunicadores do agora e do daqui a pouco.Até logo!
João Hidalgo(perdidos).

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013



Eu sou paulistana... É, isso mesmo, paulistana! Nasci em São Paulo e nunca morei em outro lugar, mas estou perdida.

Sinto-me perdida a cada dia nesta cidade, ou melhor, a cada aventura, cada vez que eu tenho que sair dos bairros que rodeiam a minha casa e explorar esta selva de concreto.

As pessoas na rua nunca me cumprimentam, ninguém ao meu redor me conhece. Sinto-me como uma gota d’água no mar. Ninguém liga para os meus problemas, todos caminham com a cabeça baixa, pensando em suas próprias vidas. Pessoas apressadas, buzinas ensurdecedoras, fumaça, transportes lotados. O tempo passa muito rápido... Não consigo me acostumar com isso, acho que nunca conseguirei...

A vida em São Paulo às vezes causa certa depressão, hoje foi um dia assim...

(Daniela Rial - Perdidos)