Sou estudante de jornalismo, e quando fui convidada por uma
colega minha para escrever para o blog hesitei um pouco, pois não sabia se
fazia sentido, uma vez que sou paulistana da gema. Mas aí parei para pensar e
percebi que assim como Caetano,eu me sinto chegando todos os dias a Sampa e
nada entendendo.
Afinal, como entender os dias quentes e ao mesmo tempo
frios, quando a temperatura varia como no deserto? E as chuvas então?Como se
acostumar com a garoa fina que dá apelido a nossa cidade?Ou então aos
temporais, que a paralisam, com quilômetros de congestionamentos? Difícil
entender como as pessoas em São Paulo são competitivas,mas ao mesmo tempo
solidárias. E mais difícil ainda
entender o porquê de existirem restaurantes chineses em bairros italianos,
restaurantes mexicanos em bairros japoneses e restaurantes japoneses em todos os
bairros possíveis.Todavia,a mágica dessa cidade se dá na disponibilidade de
serviços que ela proporciona.As pessoas se preocupam menos em não serem
contraditórias e o resultado é uma miscelânea de alternativas.
Essa é São Paulo contraditória, um caos,cheia de informações
,pessoas ,histórias. É a capital do consumo no Brasil, mas também a capital da
cultura, arte, gastronomia. Múltipla, diferente, apaixonante.
De fato, mesmo tendo nascido em Sampa e aqui vivido minha vida toda, nada sei
sobre ela. Uma cidade que se transforma a cada dia. Democrática,permite que
você se encontre seja qual for sua escolha, classe ou tribo.
Acima de tudo, São Paulo me desafia e me estigma.Por isso,acordar todos os dias e me dirigir ao mesmo endereço nunca se
torna um tédio, pois sempre encontro no caminho novas pessoas ,paisagens e
percepções. Sinto-me uma turista em minha própria cidade natal. Fui percebendo que
serei eternamente uma perdida por São Paulo, e isso só a torna mais apaixonante
e única.
Gabriella Migotto.
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