quinta-feira, 7 de março de 2013

Sampa


Sou estudante de jornalismo, e quando fui convidada por uma colega minha para escrever para o blog hesitei um pouco, pois não sabia se fazia sentido, uma vez que sou paulistana da gema. Mas aí parei para pensar e percebi que assim como Caetano,eu me sinto chegando todos os dias a Sampa e nada entendendo.
Afinal, como entender os dias quentes e ao mesmo tempo frios, quando a temperatura varia como no deserto? E as chuvas então?Como se acostumar com a garoa fina que dá apelido a nossa cidade?Ou então aos temporais, que a paralisam, com quilômetros de congestionamentos? Difícil entender como as pessoas em São Paulo são competitivas,mas ao mesmo tempo solidárias.  E mais difícil ainda entender o porquê de existirem restaurantes chineses em bairros italianos, restaurantes mexicanos em bairros japoneses e restaurantes japoneses em todos os bairros possíveis.Todavia,a mágica dessa cidade se dá na disponibilidade de serviços que ela proporciona.As pessoas se preocupam menos em não serem contraditórias e o resultado é uma miscelânea de alternativas.

Essa é São Paulo contraditória, um caos,cheia de informações ,pessoas ,histórias. É a capital do consumo no Brasil, mas também a capital da cultura, arte, gastronomia. Múltipla, diferente, apaixonante. De fato, mesmo tendo nascido em Sampa e aqui vivido minha vida toda, nada sei sobre ela. Uma cidade que se transforma a cada dia. Democrática,permite que você se encontre seja qual for sua escolha, classe ou tribo.
Acima de tudo, São Paulo me desafia e me estigma.Por isso,acordar todos os dias e me dirigir ao mesmo endereço nunca se torna um tédio, pois sempre encontro no caminho novas pessoas ,paisagens e percepções. Sinto-me uma turista em minha própria cidade natal. Fui percebendo que serei eternamente uma perdida por São Paulo, e isso só a torna mais apaixonante e única.

Gabriella Migotto.

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